22 setembro 2017

2017 Sul da África - Harare


Desembarque rápido e efetivo, imigração vazia, novo visto, US$30! Ok. Transfer esperando, cidade mais próxima do imaginário sobre capitais africanas. Bem verde, vans, trânsito mais intenso. Check in no hotel bem simplório mas passa. Buscamos opções de restaurante para jantar. Depois de razoável discussão, optamos pelo Casa Mia. Pedimos um táxi, nosso amigo o motorista Nathaniel supersuave. Rest bonitinho, garçom Diego atencioso e conhecedor dos pratos vegetarianos, comida buena e farta. Pedimos pra ligar pro taxista de novo e voltamos rapidinho. Agora é dividir a cama, preparar banhos e agendar alarme para 04h20! Boa noite!

20 setembro 2017

2017 Sul da África - Solitaire, Sesriem e Sossusvlei

Pouco depois do anoitecer, finalmente, o hotel/Santo Graal. Ufaaaa. Chegamos em tempo para o jantar, com direito a música e apresentação feita pelo staff da cozinha, todas mulheres locais. Bem legal. Drinks, papo com John, dono do hotel e hóspedes alemães. Fechamos o bar e fomos dormir!

20/09 quarta-feira

Madrugada de 5h30, sonambulismo, breakfast box, vamos! Trajeto mais tranquilo, poeirento, mas belo amanhecer. Passamos a entrada do parque, depois o portão final. As rochas vão migrando para areias. Vários pontos de parada, fotos, cenários. Paramos indevidamente e sem sinalização e um ranger grosseiro e abusivo veio multar a nós e vários outros. Bem ridículo. Enfim, subimos então na Duna 45, uma caminhadinha boa. Uma boa vista aérea, areia por todo lado. Na descida, o guarda disgusting veio pedir para tirar fotos, bem abusivo. Desagradados, seguimos, até a beira da estrada. Depois de rápida atolada no estacionamento arenoso, saltamos e embarcamos no shuttle. Vários carros 4x4 atolados no caminho. Da parada até Deae Vlei foi cerca de um km de caminhada na areia. Ok. Não animamos subir a big big Big Daddy. Na volta, uma confusão sem fim para embarcar nos caminhões da volta, sem fila organizada, caos. Demorou um pouco mas conseguimos. Retorno pela  estrada, parada na saída para água e pagamento da entrada, bem burocrático. Mais confusão na saída do parque, fila quilométrica, uma velhinha portando um caderno de recibos (!) administrando entradas e saídas. Sem condições. Aliás, o parque de Sossusvei foi a pior experiência burocrática e despreparada dos últimos tempos. Pena, porque é lindo. Mais estrada de terra, devagar e sempre e ufa, hotel e piscina. Clima adorável, fiquei até tarde. Voltei para banho, jantar, drink e bate papo nosso com John - que ficou indignado com as histórias abusivas do parque. Jantar delícia e todos mortos pra cama mais cedo. Cedo demais até mas fazer o quê.

21/09 quinta-feira

Para nós, é dia de viagem administrativa. Aliás, até o Brasil na verdade. Voltar, voltar e voltar. Para hoje, volta a Windhoek, depois do café e da despedida de John. Encaramos a estrada, meio ressabiados. Até Solitaire, tranks. Parada para abastecer e comprar águas. Segue o bonde, ritmo até bom. Ok que quase o dobro do tempo previsto pelo Google mas foi tranks. Macaquitos pelo caminho. Horas depois de muito Spotify, chegamos sãos e salvos! Primeira parada, shopping, pra contrastar! Comer e últimas compras. Depois, uma procurada em algum mercado de artesanato, no centro, mas não achamos. Ao hotel, Hilltop Guest House, então. Mara, fui pra piscina, última luz... Descanso e banho para ir jantar na sequência, vizinho Joe. Drinks e c9m8da boa.

22/09 sexta-feira

Acordamos naturalmente cedo, nos arrumamos e fomos dar um tapa no carro imundo das estradas de terra. Quantos lencinhos umedecidos esse guerreiro merece? Café da manhã excelente, rota para o aeroporto, último posto de gasolina. Na devolução do carro, receio pelo estado hahahaha. Mas tudo certo, ficamos surpresos que foram muito amistosos e supostamente nos reembolsarão os dois pneus comprados. No escritório, última papelada, atendente flertante, tudo certo. Na destroca dos dinheiros, faltando dólar na Namíbia. Pra embarcar, espera até o check in abrir, só duas horas antes. De boa, filinha devido ao novo software de imigração, mas suave. Últimos gastos em dólares namíbios, chocolates. Esperinha. Embarque num miniavião, almoços, inclusive vegetariano.

19 setembro 2017

2017 Sul da África - Swakopmund

Chegamos um pouco antes da hora do check in mas deu pra antecipar. Hotel excelente. A cidade é um ponto de veraneio, com uma arquitetura colonial alemã. Bem mais fria nessa época do ano que nossos outros destinos até então. Dá uma assustada de leve. Tiramos fotos beira-mar e fomos buscar um restaurante. Às 15h30 do domingo, não foi fácil achar aberto. Tentamos o chique Jetty - não, serviços encerrados. Findamos no indiano Garnish Swakopmund, bom também. Uns chocolates e fui deixado em casa. Clara e Ciça foram a Walvis Bay para uma volta a mais. Descansamos cedo.

18/09 segunda-feira

Decidimos não contratar passeios e ir por nossa conta até Cape Cross. Tomamos o café da manhã caprichado e partimos para o norte. Belo cenário desértico e arenoso, costa, rochas. Paramos primeiro em Henttiesbay. Seguimos uns carros e acabamos na praia, de cara com uma baleia parecida com a jubarte, morta, atolada. Foi triste. Voltamos e rodamos o minicentrinho germano-namíbio. Casas bonitas, sempre vazias. Fora de temporada. Continuamos ao norte, agora buscando um naufrágio de um velho cargueiro. Nada. Misterioso. Procuramos ao longo, avançando no litoral várias vezes. Persistimos então até Cape Cross. Parada na entrada para pagamento etc. Mais um pouquinho de estrada e já sentimos o cheiro horroroso das milhares de focas que ali vivem. Era fortíssimo. O som também ea alto, lamentoso, como um grupo de pessoas resmungando hahahaha. Não duramos muito e tomamos o caminho de volta. Mais uma vez, buscando o navio naufragado. De acordo com novas informações, conseguimos encontrar. Bem grande, rápida parada para fotos e intensa abordagem de locais, para os quais concedemos nosso pacote de 1 kg de cookies quebra-queixo. Não muito depois, chegamos em casa, para banhos. Fomos "jantar" 17h30, esfomeados. Arriscamo o The Tug, e deu certo, alguém teria acabado de cancelar uma reserva. Hmm valeu muito a pena! Volta rolando para casa, ouvir música e dormir.

19/09 terça-feira

Depois do big café, uma última volta pela cidade, câmbio e compras. Estrada, então. Walvis Bay no caminho, sul em diante. Estrada boa, ok, ruim e péssima. 70 km depois, pneu furado. Ou melhor, destroçado. Parados na beira do nada, fomos ajudados por dois locais, supostos fazendeiros. Trocado o pneu, a prudência e nossos amigos mandaram voltar a Walvis e comprar estepe novo. Voltamos, lentos e desanimados. Paramos num café-livraria e ligamos no hotel seguinte, para alguma orientação. Nada muito útil. Mecânica, então. Fomos muito bem recepcionados pelos profissionais, que nos ajudaram e deram sugestões. Um tempinho ali, troca dos pneus, alinhamento, balanceamento, etc. Tranks. Decidimos seguir de volta, ainda que lentamente. Um pouco receosos, mas com calma. A estrada péssima, ainda bem, não dura tanto. Daí em diante, estradas ok, ruins e boas. Paisagens extraordinárias, mais animados pela velocidade possível num carro não-4x4. Várias paradas para fotografias.

16 setembro 2017

2017 Sul da África 2017 - Windhoek

Vôo, almoço parte dois, conexão em Joburg, decepção com muffin, pequeno atraso, decolagem, jantar, chegada à Namíbia.

Tarde, mas não tanto, rápida imigração (técnicas de sobrevivência aeroportuárias). Fomos buscar o carro previamente alugado, sem surpresas, exceto a desagradável materialização de brancos grosseiros representada por um cliente da rental. Aff. Atordoados momentaneamente, tomamos nosso rumo. Clara se realinhou na direção, noite já, 40 km de distância (alô, Confins). De olho nas placas. Com atenção, chegamos ao centro de Windhoek (fala-se Vindúk). Supervazia a cidade. Hotel estilo condomínio fechado, logo detectamos ausência de tomadas compatíveis, paciência. Cansados, banho e cama.

16/09 sábado

Sem pressa, levantamos e nos arrumamos. Fomos tomar café no shopping próximo, The Grove Mall. Superuniversal, já mais evidente a separação de brancos e negros. Limpo e eficiente como foi toda a cidade. Comemos no Slow Coffee Roasters, lento e delícia, cheio de sabadistas da manhã, entre idosos e adolescentes. Providenciamos troca de dólares americanos por namíbios, compramos adaptador de tomada.

Prontos e alimentados, fomos ao centro. Estacionamos ao lado da igreja central, Christ Church, fotos etc etc. Desbravando a vizinhança, subimos ao modernoso prédio do Museu da Independência. Bela surpresa, sobre o processo de lutas e independência da Namíbia. Bem interessante. Uma coquita no restaurante panorâmico e seguinos a pé morro abaixo. Jardins do Parlamento, visita ao pobre museu Owela, carente. O museu de arte estava fechado mas parecia bem mais estruturado. Continuamos na nossa visita pelas ruas fantasma. Paramos numa sorveteria, meia-boca mas cheia. Uma volta pelo mercado livre mas cadê paciência para comprar? Margeamos um parquinho cheio de famílias e subimos de volta para a igreja, começando um casório. Caminho da roça para casa, direção bairro Olympia. Paramos no mall novamente para compra de comida. Em casa, um pit stop na piscina coletiva semi-escondida mas válida.

À noite, Ciça preferiu ficar então eu e Clara fomos ao Joe's Beer House , lá pelo centro, recomendado e ponto de encontro de turistas e locais. Tranks, estacionamento de boa, bastante gente lá. Fomos assentados numa mesa coletiva (o padrão ali). Drinks pra mim, lemonade para a motorista. Comemos carne de caça. Tava ótimo. Chega uma hora que toca uma espécie de sinal de escola e as pessoas começam a ir. Nós obedecemos.

17/09 domingo

Café tomado, banhados, malas arrumadas, estrada! Mesmo bat-trajeto até o meio de Windhoek. Depois, boa estrada todo o tempo. Paisagens bonitas.

14 setembro 2017

2017 Sul da África - Maun e Moremi

Ainda maior, Maun era mais parecida com Nata que com Kasane. No outro lado da cidade, chegamos ao Motsebe, nos hospedando em tenda permanente. Um pouco down mas aceitável. Deixamos a bagagem e saímos até o aeroporto, próximo, para devolver o carro. Tranquilos, comemos pizzas no Capello, uma espécie de Café Cancun local. Naquela hora, só nós. Voltamos a pé, parando rapidamente no supermercado, beirando a rodovia com ares praianos. Ufa. Cansados, banho em nossos aposentos peculiares e recolhimento, preparando para o safári vindouro.


13/09 quarta-feira


Acordamos tranquilos e esperamos a chegada do guia, Captain, às 9h. Sem surpresas, ele nos embarcou e às malas num 4x4 aberto e confortável, cheio de provisões e recursos. De Maun fomos ao South Gate do parque Moremi, a estrada de terra/areia branca não era tão ruim. Paramos para almoçar os sanduíches e comidas que havia trazido, sem perder de vista os esquilos, treinados no furto tal qual os macacos de Victoria Falls. Seguimos viagem, sacolejando e animados. O safári começa!


Dentro do parque, as trilhas era estreitas, em geral para apenas um carro. As paisagens variam entre savanas douradas, capins variados, altos e baixos, espinhais, bushes cerradozentos, alagados e lagoas, descampadozões - nunca mata fechada ou verdejante nessa época, sempre maravilindo cenário. Aos poucos, fomos avistando nossos queridos animais. Na direção às Black Pools, a primeira manada de elefantes, sobre lama, em refresco sugismundo. Os demais vieram aos borbotões, kudus, antílopes de diversas categorias, galinhas D'Angola (ou da Guiné), impalinhas, javalis e sua persignação devota, todas as girafas, zebras, mangustos em fila, crocodilos, hipopótamos, búfalos (mais raros), hienas repousantes fora de hora, gnus, além de aves. Um desbunde. Era calor mas confortável. Só nós no carro para nove, então nos reassentávamos conforme a conveniência dos raios solares. Bebidas livres. Captain, vulgo Capitão, num primeiro momento por nós diagnosticado TDH, mostrou-se experientíssimo e muito dedicado a nos atender e proporcionar maravilhosa viagem, custe o que custar, como se provou mais adiante.


Ao fim do dia, pousamos junto a grande lagoa repleta de aves de grande porte e variadas espécies, crocos e hipos. Era tempo de bush toilette, fotoa, descida meio vacilante do carro para terra firme, e contemplação apoteótica do pôr do sol savaneiro. Espetáculo.


Seguimos pois, rumo ao camping, no lusco fusco da África austral. Gira daqui, vira de lá, cruza riacho, sombras com perfis leoninos decepcionamente não avistados durante o dia (para profundo pesar do dedicado Capitão). Ao chegarmos, surpresa: nosso staff e respectivo acampamento lá não se encontrava. Capitão, desculpando-se, rumou a outros acampamentos, buscando respostas para a lacuna. Sacolejo ao quadrado em velocidade apurada pelo cair da noite, frio, vento encanado ora tépido ora glacial. Por fim, desce Capitão nas indagações. Restamos nós, beira bush, soa o rugir dos leões - será esse o nosso fim? Não lamentaria, acho justo.


21h30. Circulação noturna, lembramos, proibida com fins turísticos, dado o risco. Novos habitantes, lebre, coruja, hiena. Mas volta o guia, plano B dos safáris, destino camping com camaradagem. Recebidos pois por Moses, famoso da Internet dos blogs safarentos, queridão. Staff na mesma vibe. O hóspede: Steven Lumpkin, cinegrafista e diretor de documentários animalescos da ETOB (Endless Treasures of Botswana). Tão cordial e hospitaleiro que assusta. Originário do Kansas, pela 13a vez no Bots, já no 9o dia de sua viagem e filme. Sua missão: acompanhar os até então não localizados por nós leões de Moremi. Steven nos ofereceu banho, comida e amizade, rapidamente aceitas por mim, Ciça e Clara, respectivamente. Gargalhou Steven na revelação de nosso parentesco (primos). Jantamos, tímidos a princípio, com serviço à francesa. Entrada, prato principal e sobremesa. Seria essa a fome da África? O banho em suíte particular é inacreditável. A água, aquecida, buscada em trajeto de 2h, repousa em chuveiro engenhoso, possibilitando inesperado conforto e quebra-gelo. Ao lado, pasmem, privada, sim, vaso sanitário em material plástico rígido sobre buraco tipo  fossa particular; ambiente a céu aberto, claro. Limpos e impressionados, continuamos o papo até o resgate de Capitão. Despedimos e partimos para nosso camping, mesmo esquema, jantar novamente, pratos, sobremesas, vinhos e gins tonica. Dia longo e surpreendente, tendas-quarto com camas confortáveis, sons da savana.


14/09 quinta-feira


06h00 estávamos sendo chamados por B, sorridente e prestativo. Água quente (!) na pia particular de cada um, espelho, porta-objetos de toucador. Sério, era demais. Reorganizados, fomos ao café, pleno de torradas, geleias, cereais, cafés, frutas - enfim, como num hotel urbano. Bucho cheio, partimos. No rádio de Capitão, dicas de Moses e turma de Steven. Animados, nascer do sol paulatino, friozinho da manhã. Despretensiosos, lânguidos, suavemente rodamos pelas trilhas. Não mais que de repente, uma esquina natural, e dois outros carros contemplando. Leões, ou melhor, leoas. A dois metros de distância, não menos que 20 delas, entre avós, mães e filhas/filhos, variados portes, deitadas, sentadas, erguidas, diversas. Ronronando, rolando, rugindo. Uma experiência felina no estado da arte. O filme-documentário sendo rodado. Ficamos ali de boa e partimos para mais destinos, moremizando, quiçá à caça do leão de juba, macho. Iríamos fazer o passeio pelo Okavango, mais distante, então fomos nos dirigindo para lá. Súbito, Captain, my Captain olhou pegadas (um hábito seu) e uma impala à beira da estrada assustada e atenta; redirecionou o volante para fora da estrada, uma aventura. Sem titubeio, seguiu e avançou ao limite de uma grande árvore. Certeiro. Um big leopardo descansava em berço esplêndido, sua presa por ele assassinado pendurada galho ao lado. Os instintos do nosso ranger africano não falharam! Uma cena extraordinária. Respiração acelerada dele e nossa. Antes de partirmos de vez para as novas zonas, novo encontro com as leoas, outra área, mesma estupefação.


Continuamos por longo trajeto até os canais do delta, passando por regiões do Moremi bem menos populares mas belíssimas. Uma delas apelidamos de Mordor, frente ao ambiente inóspito e hostil. Rabeando a estrada por umas três horas, passadas pontes dignas de Robinsons, chegamos a Mboma. Ali, descemos e fomos guiados até uma canoa, o mokoro, com a qual o guia, falante e jovem, lentamente sepenteava os canais. A ameaça invisível (e inexistente, nesse caso) de crocos e hipos pairava sobre as meninas, não menos que o poder solar das 15h. Verde e lar de aves, o delta é calmo e repousante. Water lilis e paquera guia/
Ciça, uma hora depois, voltamos e embarcamos no sacolejamento para casa. Em dada parte, considerando o último dos grandes animais não avistado, Capitão fez das tripaa coração para encontrarmos um guepardo, ou cheetah. Circundamos todo o seu lar conhecido, mas não houve sucesso. No entanto, avistamos uma bela águia segurando uma cobra em pleno vôo: um símbolo ancestral e multicultural da vitória do bem sobre o mal, por assim dizer, um bom presságio. Cap havia perdido os óculos na ida que foram reencontrados miraculosamente no retorno.


Antes da volta para casa, paramos no pouso do leopardo. Escuro já. Distinguimos suas patas penduradas árvore acima, a comida segura das hienas que esperavam no chão, rodopiando, sem vergonha e em vão. Uma espécie de despedida. Clara, como pela manhã, assustada pela proximidade. Aí seguiu a aventura: o carro atolou/travou. A despeito dos esforços contínuos e profissionais do Cap, nada. Teve que sair do carro. Tomou precauções: passava por dentro e não na frente, abriu as portas de modo a impedir a visão plena do leopardo a sua forma humana distinguível. Usou macaco, pá, iluminamos a noite africana com lanterna de celular. Ciça, melhor dos olhos dentre nós, vigiava o descansado felino. Momentos tensos, mas restou sucesso. Aparentemente, 4x4 quebrado mas motor ok.


Voltamos rápido, já vizinhos do nosso acampamento. Agitados, banho e jantar, completos. Mais drinks e longos causos com nosso já amigo do peito Cap, que noa declarou amor eterno, amor verdadeiro, primeiros brasileiros que fomos em seus 15 anos de profissão. Nem bem nos recolhemos, uma hiena abusada, o que é redundância, vasculhou o camping. Pude vê-la ao nível do chão, cara a cara, pois dormia com a "porta" da cabana aberta, só coberta pelo grosso mosquiteiro. De madrugada, chamados de leões e hienas, motivados por fatos que saberíamos no dia seguinte.


15/09 sexta-feira

Seis da matina mais uma vez, ritual da limpeza e da fome. Tempo do adeus. Ao chef, O. D. e a B. Carro carregado, malas instaladas, devidamente assentados, bye bye ou charp charp. No curto passeio da manhã, elas de novo. Cheiro forte de carniça, carros agrupados, sons leoninos. O grupo havia caçado um jovem elefante, para tristeza feminina, e refastelava-se. Hienas arrodeando, postergando o sono da feiura. Tchau também para elas e Steven e turminha. Trajeto mais direto de volta até o portão sul. Últimos acertos, animais nas margens, incluindo uma matilha de cães selvagens. Partiu Maun. Parada no escritório, onde conhecemos Gally e acertamos as contas. Por fim, aero. Trocas de email, corações apertados, partida final. Últimos momentos no agora respeitado Botsuana, com 85% de suas terras protegidas, considerado um arrojo na sustentabilidade ambiental. Fora as pessoas, doces e amistosas, representadas para nós por emissários exemplares como Rapps e Captain. Última refeição no velho Capello e embarque #umasaudade.

11 setembro 2017

2017 Sul da África - Nata

Maior, a cidade de Nata também é mais regional. Nosso hotel, Nata Lodge (de Todos os Idosos) era magnífico, com bandeira no quarto imenso e chuveiro ao céu aberto. Nem deu tempo de aproveitar, pois saímos de imediato pro passeio local, a uma pan dentro da reserva local. Outra paisagem, um pouco de Atacama. Menos emocionante mas ainda monumental, além do mato dourado infinito, chacal, revoada de milhares de flamingos e os feios gnus. Depois, nas margens da água, um cidra ao pôr do sol e retorno. Banhos elegantes, jantar agradável e farto no hotel. Cama!


12/09 terça-feira


Levantamos para o café, gostoso. Check out, para abastecer preciso trocar pulas no Barclay's vizinho. Longa viagem na

sequência, buracos demais em alguns trechos. Recompensa: girafas, impalas filhotes, avestruzes - todos ao longo da pista. 5h depois, chegamos.

10 setembro 2017

2017 Sul da África - Kasane

Ali, Pako, colega de Wilson, nos esperava para nos entregar na vizinha Kasane, no Nkanga. Já no trajeto, Pako recomendou Rapps, para fazermos os passeios. Nos acomodamos e logo Rapps chegou, combinando preços em conta, horários convenientes e, fantástico, tours exclusivos - com sorriso e simpatia inigualáveis ❤️. Descansamos assistindo uma boa novela local, com temas como estupro, homicídio e suicídio (ou seja, Brasil faz escola) e já chega nosso novo amigo Rapps. De carro 4x4 aberto nos levou até o barco de Kaabe, para o cruzeiro pelos canais do Chobe do meio da tarde em diante. Espetacular é o mínimo. Além do barco novinho só pra nós, a simpatia discreta e atenciosa do guia, a luz e o clima amenos, resta a paisagem estonteante, e, claro, os animais. Além dos pássaros 🐦, pelicano inclusive, avistamos crocodilos 🐊. Depois, elefantes 🐘 , muitos deles, refrescando-se nas águas. Uma magia. Seguimos, hipopótamo muito perto, com seu olhar de esgueio, dá até medo (são eles os maiores causadores de acidentes fatais). Búfalos 🐃 (Daha Boys, ou cracudos, outros nervosinhos perigosos), impalas 🦌, centenas deles, javalis 🐗, kudus. Uma maravilha sem fim. Saímos extasiados. Por fim, tete-à-tete com uma dupla de crocos gigânticos a menos de um metro, prontos para um bote derradeiro. Kaabe garantiu que estavam saciados, mas ainda assim é aterrorizante. Não bastasse esse encontro íntimo, despedida com manada de elefantes cruzando as águas, em brincadeiras faniliares e barulhentas, sob um pôr do sol Africa-style, sabe, caçadores da esmeralda perdida.


Rapps, não suficiente, nos leva ao P. P. C. C: Pizza Plus Coffee and Curry, um indiano multicuisine que suspeitamos mas confiamos. Pagou-se a língua, comemos divinamente a preços módicos. Barriga cheia, lotada no caso, seguimos a Nkangar, de carona com quem? Rapps, um queridão. A noite foi criança.


11/09 segunda-feira

Malas arrumadas, 05h45 Rapps nos buscou para o game drive no Chobe. Só nós. Até cobertores nos foi providenciado, para o frio matutino. À entrada, muitos carros, 3a idade reinando. Mas em minutos tomamos nosso próprio rumo. Galinhas d'Angola🐔, muitos impalas graciosos. O nascer do sol na savana, esplendoroso. Uma hiena solitária, raríssima àquela hora do dia, sinal de sorte do nosso grupo. Hipopótamos e crocodilose gansos 🦆 egípcios na água. No interior, no mato, um som de ossos partidos. Com calma, nos aproximamos. Primeiro, invisível aos nossos olhos, devorando sua presa, no alto da árvore, camuflado. Aos poucos, um vê rabo, outro cara. Ninguém ainda, o coração. Era ele, o leopardo 🐆. Singular visão. Desce da árvore refastelado, desinteressadamente de nós, únicos espectadores. Numa reviravolta terna, chegam os filhotes, dois deles. Era leopardo fêmea, e não macho, e alimentou os pequenos com a presa. Brincam e correm, Animal Planet 🌏 ao vivo. A mãe, deitada à sombra. Seguimos certos do nosso privilégio, humanos e ocidentais que somos. Sem demora, as tão queridas da Cecília: girafas, várias e várias. Mais jovens (claras) e mais velhas (escuras). Umas fofas silenciosas. Parada para café (a fome gritava), conversa amistosa sob a ameaça constante dos babuínos já conhecidos. Seguimos, a triste cena de abutres devorando a carcaça de um filhote de elefante, logo abaixo de uma águia 🦅 em seu ninho. Descemos à beira d'água e avistamos um chacal 🦊, espreitando em busca de restos de caça. Ora, quem caçaria em mato alto? Sim, leões 🦁! Melhor, leoas! Ao longe, vigiando. Depois, movimento no outro lado do carro, sob as árvores e raízes, outra leoa, descansando escondida. Ufa! Hora de voltar, kudus, antílopes, zebras! Um sucesso total! Muito felizes, fomos acompanhados do guia até a Bidvest, locadora do carro. Resolvidos, Clara rapidamente se acostumou na direção à direita, guiando e seguindo Rapps até o supermercado local. Nos despedimos, compramos nosso lanche da road trip e partimos. Passada a saída pesada com caminhões, o caminho de 4h foi tranquilo. Paisagem típica africana de filmes, bela e calma. Todo o Botsuana é quase um mega parque ecológico. Um pequeno descuido gerou uma multa por excesso de velocidade (juro que tentamos manter o olho nas placas), próximo à saída de Pandamatenga. Policiais corteses, pagamento em cartão com recibo. Não pareceu abuso. Mais tarde, ao comentarmos com diversas pessoas, todos informaram já terem pago a mesma multa, no mesmo ponto, turistas e locais! Hahaha!

08 setembro 2017

2017 Sul da África - Victoria Falls e Livingstone

07/09 quinta-feira

Cheguei primeiro em Guarulhos e esperei as meninas. Quando  chegaram, fomos de Uber almoçar fora. Deixei minha mala no locker, R$40, melhor que ficar com ela o dia todo. Fomos ao Compadre, indicação do Matheus. Excelente! Uber de volta, tudo calmo, susto de mala de mão esquecida, resolvido rapidamente. Embarque de boa, confortável.

08/09 sexta-feira

Acho que estou acostumado com os vôos muito longos ultimamente - passou muito rápido! Conexão em Joanesburgo, tudo calmo também. Cochilo de menos de duas horas, desembarque em Victoria Falls.

Rapidamente, visto Univisa, Zâmbia-Zimbábue, USD 50. Tudo simples. Táxi na saída, mal sabíamos, mas a sorte nos traria Wilson, o motorista, que desencadeou uma série de felizes surpresas. Por USD30 e 20 minutos depois, chegamos no Dzimbahwe Guest Lodge, recepcionados pela simpaticíssima Cecilia, filha da Clara! Hahaha! Grogues de sono x fuso, ainda assim optamos por pedir o Wilson para nos levar ao parque das cataratas, para aproveitar o dia. Pertinho. Já chegando, o som potente e a visão esplêndida das quedas, lindíssimas. Do outro lado, Zâmbia. Mesmo na estação seca, muita água e spray ☺️. Passeamos, fotografamos todos os ângulos, fomos fotografados pelos adolescentes zimbábues e voltamos à pé até a cidade. Azuis de fome, comemos no universal KFC, serviu. Uma voltinha, um táxi até o hotel, banho e cama, umas 21h. Resultado: 00h e todos acordados! Conversas, um novo jogo inventado ("Qual é o pente que te penteia?"), as meninas pegam no sono, eu embalo o livro trazido e leio de uma só vez - até 6h!

09/09 sábado

Não tão cedo, tomamos café, e chamamos Wilson pra nos levar até a fronteira do Zâmbia. Certa tensão nossa, mas tudo de boa. Saída, tomamos um táxi que cruza a ponte sobre o Zambezi, entrada. 5 min de caminhada até a entrada do parque, lado Zâmbia. Pagamos os USD20 do parque e agendamos o passeio até as pools, às 14h15, por mais USD 75. Caminhamos pelo parque por umas 2h ainda. No fim, ficamos esperando a Clara, na entrada, que não chegava. Ciça decidiu ir na trilha que dava no rio. Menos de 100 metros e encontra Clara abalada: fora assaltada por um babuíno mau-caráter, que roubou-lhe a bolsa à força e, insatisfeito pela ausência de comida, espalhou todos os pertences num amplo espaço verde de seu habitat invadido e fugiu. Clara teve que recorrer à ajuda de estranhos, turistas solidários com sua subordinação à revolta animal. Miraculosamente, tudo foi recuperado, de passaportes e dólares a celulares e álcool em gel! Aventura africana no segundo dia.

Relato dito, seguimos para o ponto de encontro e aguardamos os demais participantes, holandeses, americanos etc etc; hemisfério norte. Fomos advertidos pelo uso de chinelo, Ciça e eu. Aleguei único calçado e resignou-se o guia. Achei drama. Dito e feito, trilha DE BOWA, mais light que Chapada. Certa travessia, nados, braços dados (ou não), chegamos às Devil's Pools, no extremo da catarata, à beira do precipício. Aos poucos todos entram, com direito a incensada sessão de fotos na cia. de um dos guias. Pavor e magnetismo ao risco de queda fatal e fotogênica. O book de fotos mostrou-se um embuste, pouco efetivo, ainda que de boa vontade. Mais rapidamente que o contrário, deixamos as piscinas, pois os próximos grupos chegariam. Caminho de volta, revitalizados e impactados pela imensidão natural e (passada) morte iminente.

Uma Coca rápida, caminho da roça de volta, agora à pé. Saída na imigração, andarilhos, ponte, entrada no Zimbábue, ida ao centrinho e, esfomeados, paramos no Three Monkeys 🙊🙈🙉. Surpresa excelente, dos melhores hambúrgueres que já comi, drinks maravilhosos, todos felizes. Táxi e casa, agora mais alinhados ao fuso.

10/09 domingo

Café, despedidas locais, e Wilson nos guiou até a fronteira com Botsuana.